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Este é um espaço promocional do livro "Paixão ou a Batalha Contra as Sombras". A obra possui ainda uma outra extensão na Internet, através do blogue de acesso restrito "Paixão Extra". Para aceder a esses conteúdos inéditos e exclusivos, com actualização mensal, basta enviar uma cópia da prova de compra do seu exemplar do livro (ou digitalizada, para o correio electrónico escrevedor@netcabo.pt; ou por fax, para o nº 213815911), acompanhada do seu e-mail preferencial e dados pessoais. Em sequência, ser-lhe-á atribuída e enviada uma password de acesso ao blogue e aos novos poemas do autor.
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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Novo Inédito



"Filhos do Medo" é o meu mais recente inédito, postado hoje no blogue "Paixão Extra", de acesso restrito aos compradores registados do livro "Paixão ou A Batalha Contra as Sombras".
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domingo, 20 de janeiro de 2008

AINDA BEM



Ainda bem que estás aqui, comigo.
Que partilhamos dias de lua,
noites de verdade (por vezes) crua.

Ainda bem que o tempo não conta
nas horas que passo contigo.

Ainda bem que me abraças, forte.
Ainda bem que me beijas, doce.

Ainda bem que tenho o teu ombro
nos meus crepusculares dias de escombro.

Ainda bem que a distância não conta
quando me levas para outros lugares.
Ainda bem que quando sei que vens
não custa esperar-te chegares.

Ainda bem que a vida nos cruzou.
Que a ceifa do Destino se atrasou.
Que dançámos juntos nas searas
como espigas ao vento em frenesim.

Ainda bem que estás aqui.
Ainda bem que me fazes sorrir
quando estás ao pé de mim.

EU DE TERRA




Coloco-me de frente para a lanterna de interrogatórios
em suspensão desequilibrada de azeite sobre água.
Misturo meia terça parte de mim noutra esquiva de mim mesmo,
fúria ferida de hélices numa varinha mágica de incertezas.

Desaguo em espirros fora de borda sem salvação de colete,
cornucopiano caleidoscópio de luzes absortas em negro.
Mar de terra prenha de húmus que gera raízes suspensas,
Eu espinha dorsal
Eu ramos verdes
Eu folhas
Eu seiva
Eu explosão de inocência mascarada
Eu Génesis de culpa descarada,
Eu tanto!
Eu tão tudo!
E sem ti, tão nada...

sábado, 19 de janeiro de 2008

ENFIM, NÓS!



Veio de noite, a luz do teu sorriso,
A lânguida claridade na ponta dos teus dedos,
O teu tão suave invadir dos meus segredos
E o resistir que nos abandona, sem ser preciso.

A manhã chega, no fim da tua mão
Que agarro mais forte porque sonho ainda,
Tão longe do farrapo que ainda ontem fui.

Permito-me uma lágrima que - desatenta - flui,
E sinto-lhe o açucarado sal de seiva insana, infinda,
Um sabor de quase gasolina que me inflama o coração.

Aqui pausado, contigo, estou enfim aberto ao mundo, em janelas
Por onde deixo entre-entrar a Paz, o amor, o compromisso.
Aqui pousado, contigo, fica no chão o meu viver esquisso,
Por cima do qual acordaremos para plantar a mudança,
Por sobre o qual acenderemos gestos de esperança…
Como se fossem velas!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

POR TI




Por ti, partiria sem rumo.
Por ti, daria as mãos.
Por ti, sofreria a doença.
Por ti, beijaria escaras.

Teus seriam meus momentos.
Teus são já meus pensamentos.
Teus estes olhos que choram.
Teus os lábios que te imploram.

Teu meu corpo, minha alma.
Tua minha ausência de calma.
Teu meu ardor, minha ferida.
Tua toda a minha vida.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O SILÊNCIO



Sinto o silêncio
Que corta uma voz
De lábios calados
Por olhos fechados
Em sonhos quebrados
De pesadelos surdos
Por risos bradados.

Vejo corações alados,
Amores acabados
Fados chorados
E um toque a finados.

Enriquecem os pobres
Plebeiam-se os nobres.
Galgue a doença,
Suba-se a tença!

Morram os vivos
Cale-se o vento.
Acabe-se o mundo
Recomece o tempo!

PALPITAÇÕES



Musgo de seixo errante
erva daninha e feia
que o prado viu nascer.

Trave de aço possante
palco de peça em estreia
que vibra sem parecer.

Arlequim saltitante
bobo da praça plebeia
que ao frio logrou fenecer.

Válvula mitral palpitante,
porta de coração de areia
que tanto bateu sem querer.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A BRECHA




Na parede frontal inferior
de um prédio sem história
abriu-se uma brecha.

Como se fosse preciso,
o bairro inteiro mudou de cor.
O alvoroço tomou conta das gentes:
da multidão nasceram enchentes
de carnes, em medo, a gritar.

E mesmo depois de tudo,
de o fim se anunciar,
depois das pessoas fugidas,
a parede ali ficou,
sem nunca desmoronar.

DESÍGNIOS TROCADOS




Duas nuvens negras balançam no céu.
Encobrem os degraus da minha escada.
Gotas de sangue caem sobre a calçada.
Crescem ervas daninhas negras como breu.

Envelhece a floresta em tons de verde rubro.
Calam-se os risos das crianças.
Há um Verão desértico em Outubro.
Pares sem pernas tentam danças.

Os olhos da Besta reluzem no arvoredo.
Sibilam línguas bífidas de putedo.
Serpentes mergulham em águas claras.
Peixes putrefactos desfazem-se em escaras.

O ar escorre em gotículas de cal viva.
Incendeiam-se aldeias inteiras.
Corações trespassados
esquecem juras verdadeiras.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Na TV Mais



segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

No Jornal de Letras


No 24 Horas



No Meia-Hora


No Global Notícias


domingo, 13 de janeiro de 2008

Era Uma Vez Uma Festa...




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sábado, 12 de janeiro de 2008

Emails


sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Os Quês



Sobre o livro:
Primeira obra formal do consultor de comunicação Ricardo Belo de Morais, "Paixão ou A Batalha Contra as Sombras" é uma colecção subversiva de poemas, com alma livre e coração exaltado. A fadista Mafalda Arnauth e o jornalista Carlos Pinto Coelho assinam em conjunto o prefácio e a ilustração de capa é de José Fragateiro.
"Paixão ou a Batalha Contra as Sombras" é dividido em quatro secções resultantes da decomposição do título, mostrando quatro caminhos diversos - e por vezes bem contraditórios - do amor. Em oito dezenas de poemas, o autor viaja pela exaltação, o desalento, a raiva, a ironia e a paz, com o pano de fundo constante no amor que se tem, se quer, se deseja, se desdenha ou se perdeu, da febre do beijo até ao gelo da ruptura.
Apesar de ter a escrita como elemento essencial de profissão (em jornalismo, assessoria cultural, publicidade e consultoria de comunicação), a poesia sempre foi, para o autor, um exercício de intimidade. A "urgência" de dar a esta sua vertente um rosto público, em livro, foi despertada pela morte prematura da mulher a quem dedica o livro, Sofia Erse Arruda.
Convidados a prefaciar a obra, no sentido de apresentarem separadamente a perspectiva feminina e masculina do amor retratado em versos, Mafalda Arnauth e Carlos Pinto Coelho acabaram por seguir um caminho diferente. Com a técnica do cadavre exquis, criaram um texto conjunto e entrelaçado, construindo também eles uma pequena - e inesperada - obra literária.
O formato "quadrado" do livro (220 x 230mm) surge pela necessidade de respeitar integralmente a ilustração, da autoria de José Fragateiro, já anteriormente 'cúmplice' de Ricardo Belo de Morais, na ilustração dos textos que este último assinou para a secção 'Paixões Secretas', na revista Notícias Magazine.

Sobre o Autor: Nasceu em Oeiras, em Março de 1969. Aos cinco anos, já lia e escrevia e conheceu os primeiros clássicos ainda na escola primária. Dividido entre a Política e as Letras, ingressou aos 17 anos na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que abandonaria quatro anos depois, para iniciar carreira em jornalismo, na Rádio Comercial da Linha. Seguiu daí para ajudar a fundar a rádio XFM, onde foi jornalista, produtor e animador, colaborando pontualmente com as estações "irmãs", Energia e TSF. A partir de 1995, iniciou uma colaboração regular com a revista Notícias Magazine, trabalhando também em assessoria cultural com o Clube Português de Artes e Ideias e a Câmara Municipal de Lisboa, na extinta EBAHL (hoje EGEAC) e na coordenação do gabinete de imprensa das Festas de Lisboa, até 1997. É então convidado a integrar a equipa da agência NR/Hill & Knowlton, onde se mantém dois anos, altura em que ingressa também na Universidade Nova, com vista a concluir os estudos académicos, em Ciências da Comunicação. Em 1999, funda a agência Multicom, da qual se afasta cinco anos depois. Neste período, trabalhou a imagem de clientes como a Miele, Kellogg's, Baume & Mercier, McDonald's, B.Braun Medical, Copyright Promotions/United Media, Camy-Nestlé, Casa Cadaval, Mercedes-Benz, Lilly Farma, Chronopost International, Procter & Gamble, Renova, Fima/Lever, Heineken, Oikos, Cervejeira Lusitana, Filmes Castello Lopes, Coca-Cola e Dow Chemical, entre dezenas de outros. Foi seguidamente consultor de marketing e comunicação da Associação Portuguesa de Franchise, ligou-se como cronista à revista Franchising & New Business e voltou à rádio, como animador, aos microfones da RPL (hoje Rádio Europa Lisboa), onde mantém presença regular, em emissões aos fins-de-semana. Em Maio de 2005, funda a Belo de Morais & Associados, empresa de comunicação e relações públicas a que actualmente preside. Além da escrita - que exerce também no colectivo Scribblers e em vários pontos da blogosfera - é um apaixonado por cinema, música, fotografia, canto coral, teatro-performance, viagens e motociclismo.

Dedicatória


Foto: Dina Oliveira


(E)Terna Saudade

Paula Sofia Erse Arruda era uma mulher de múltiplas facetas. Inventava e reinventava-se constantemente, tendência manifestada desde logo no tratamento que deu ao próprio nome. Muito cedo, aboliu o “Paula”. Quanto ao “Erse”, usava-o apenas quando sentia necessidade de um não-sei-quê na sua vida.
A esmagadora maioria dos que a conheceram e amaram tinha-a, assim, como Sofia Arruda. Nasceu a 5 de Junho de 1968 e morreu a 19 de Novembro de 2003, aos 35 anos de idade. Ao contrário de muitos momentos da vida que a foram gastando, entre contras, escolheu a hora e o selo da sua própria morte.
Não há que julgar. Todos temos direito a dizer “basta”. A Sofia Arruda cortou o vento da noite quando decidiu despedir-se, de si e de nós. Mas talvez tenha sido apenas o fechar de um círculo, já que a sua vida foi “um vendaval que se levantou”. Incompreendida por muitos, desprezada por outros, foi – e é – alguém capaz de tatuar-se na pele das pessoas que a foram rodeando. Irmanava-se com os marginais e os infelizes, porque sabia que dar-lhes um sorriso ou um beijo podia fazer toda a diferença.
Detestava a preguiça e a incompetência alheias, torturando-se sempre que caía nos mesmos erros que criticava em terceiros. Era uma exímia “apagadora de fogos”. Mas era também um fulgurante incêndio. Admirava os talentosos, muitas vezes sem perceber que fazia, ela própria, parte desse universo.
Tinha arte, música, cinema e teatro na alma. Tinha obras completas nas mãos, construindo actos toscos – mas inesquecíveis - de amor. Deixava-se marcar. E era marcante, nas relações pessoais e profissionais. Passou pelo glamour da publicidade, da imprensa e da comunicação. E passou também pelo acartar de caixotes e pela muda de fralda a idosos, quando precisou. Dizia que não era por empregos menos nobres que lhe cairiam os parentes na lama.
Adorava música de dança, noitadas, vodka, relógios, cães, crianças, desafios informáticos, viagens, revistas de curiosidades, biografias, cusquices, areia nos pés, cafés e sumo de morango. Surpreendia-nos quando cumprimentava celebridades na rua e recebia, em troca, os olás e beijos e abraços mais efusivos. Conhecia meio mundo e trancava a sete chaves os seus segredos mais profundos e cabeludos, de dia e nas noites. Dizia que as figuras públicas tinham sido, em tempos, pessoas normais como ela; e que nunca se esqueciam disso.
Era uma mulher de conceitos originais e frases feitas. Quando tropeçava no chão da vida, levanta-se tão depressa quanto podia, verbalizando o seu “siga a marinha que o exército está cansado”. Confrontada com a possível obrigação de fazer algo com que não concordasse, desviava caminho com um apressado “era a primeira bola a sair do saco”! Não sendo conflituosa, sempre que se sentia acossada dava um aviso, tentando não ser forçada a atacar: “ai, que temos a burra nas couves…”
Sabia exactamente quando usar o francês, o inglês, o espanhol ou o italiano para reforçar um momento ou uma ideia. Era certeiramente oportuna quando estava alerta, mas igualmente inocente e ingénua quando deixava cair as máscaras. Ao longo da vida, usou muitas.
Era uma mentirosa quase compulsiva, mas nem aí a sua alma deixava de ser doce. As suas mentiras raramente funcionavam como armas de agressão ou de defesa pessoal. Eram tão-somente a forma infantil com que optava por defender os outros de si mesma - e dos seus deslizes.
Fez-se pedra dura no contacto com todos os muitos que a quiseram quebrar, com tantos aqueles que lhe tentavam, quase sempre sem sucesso, consumir a alegria. Tinha medo de se tornar um peso para os outros.
Sólida como as rochas na descoberta de soluções para os problemas e dramas alheios, não era capaz - estranhamente - de fazer o mesmo por si. Ajudava nas sombras. Não queria méritos. Escondia a sua timidez e insegurança avassaladoras numa personalidade extrovertida, excêntrica e até, por vezes, inconveniente.
Tinha horror ao politicamente correcto, fugindo a sete pés da normalidade da carneirada social. No limite, não tinha qualidades nem defeitos. Tinha apenas características, únicas e irrepetíveis, capazes de fazer dela a Sofia. A nossa Sofia. A minha Sofia.


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