Duas nuvens negras balançam no céu.
Encobrem os degraus da minha escada.
Gotas de sangue caem sobre a calçada.
Crescem ervas daninhas negras como breu.
Envelhece a floresta em tons de verde rubro.
Calam-se os risos das crianças.
Há um Verão desértico em Outubro.
Pares sem pernas tentam danças.
Os olhos da Besta reluzem no arvoredo.
Sibilam línguas bífidas de putedo.
Serpentes mergulham em águas claras.
Peixes putrefactos desfazem-se em escaras.
O ar escorre em gotículas de cal viva.
Incendeiam-se aldeias inteiras.
Corações trespassados
esquecem juras verdadeiras.
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